Por Daiane Almeida
Durante os dias 12 e 15 de agosto um público diversificado participou do 9º Simpósio Brasileiro de
Captação de Água da Chuva, na Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia. Pesquisas e experiências de captação de água da chuva no Brasil e em alguns países como Somália, Austrália, Peru e Japão foram apresentadas e intercambiadas a partir do tema “Água da Chuva: segurança hídrica para o século XXI”. O objetivo do evento era refletir o papel da água da chuva para o abastecimento da sociedade frente a problemas de poluição e escassez.
No último dia do evento, uma mesa composta por quatro agricultores experimentadores, entre eles, Abelmanto Carneiro, de Riachão do Jacuípe, Edmar Andrade da Paraíba, José Barbosa de Sobradinho e Geovanio Silva de Retirolandia, mostrou na prática como a população do semiárido vem enfrentando a questão climática na região. Cada agricultor apresentou o trabalho que desenvolve na sua propriedade, e como as tecnologias sociais contribuem para a segurança hídrica do seu sistema.
A importância das tecnologias sociais para o armazenamento da água da chuva no semiárido somadas a outras práticas como o estoque de alimentos, utilização de técnicas de adubação, criação de animais e a produção de alimento para o consumo e a comercialização mostraram que é possível uma convivência qualificada com os fatores climáticos.
“Depois que eu ganhei essa cisterna já melhorou alguma coisa, se antes a gente tinha que comprar a água, agora a gente aprendeu a armazenar e aí gente vai sobrevivendo no semiárido”, disse o experimentador Edmar Andrade durante sua apresentação.
As práticas de convivência com o semiárido, preservação do bioma caatinga e a capacidade de experimentar e inovar com técnicas desenvolvidas pelo próprio agricultor foram evidenciadas também na fala Abelmanto Carneiro. “Hoje vivo muito bem, com as engenhocas que facilitam nosso trabalho, com a produção de ração que a gente consegue estocar, e a capacidade de garantir a segurança hídrica em minha propriedade, pois temos como armazenar mais de 3 milhões de litros. Hoje a gente pode dizer que vive bem no semiárido”, ressalta o agricultor experimentador.
A diversidade de produção do semiárido se expressou também na apresentação de Geovanio Silva,
agricultor e animador do Programa Uma Terra e Duas Águas da Articulação Semiárido, executado pela APAEB Serrinha. A produção de hortaliças e plantas ornamentais na propriedade da família mostra que o acesso a água é fundamental para garantir a diversidade da produção. “ Nós queremos dizer aos agricultores que é possível sobreviver bem no semiárido, que aqueles que conquistaram uma tecnologia se animem a produzir com a máxima eficiência, para que se perceba que a gente pode ter uma vida digna se tiver políticas para o campo”.
Surge o Simpósio – No início dos anos 1990, o Instituto da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), organizações não governamentais e outras de base comunitária iniciaram a construção de cisternas e ao mesmo tempo perceberam a necessidade de criar um programa que estimulasse a convivência com o semiárido e o manejo adequado da água. Foi então que em 1997, aconteceu em Petrolina, o primeiro simpósio organizado pelo IRPAA e EMBRAPA.
Embora na atualidade o simpósio seja uma das referências de discussão e apresentação de pesquisa sobre a temática, João Gnatlingee, que representa o IRPAA no evento, chama atenção para a necessidade de maior participação das organizações da sociedade civil. “Antes as universidades eram ausentes, hoje estão muito envolvidas, e a sociedade civil deve aproveitar das pesquisas e melhorar ainda mais seu trabalho, além de ampliar ainda mais sua participação”.
Também destacou a importância da participação dos agricultores experimentadores e do intercâmbio com outros países. “Nessa apresentação dos agricultores experimentadores vejo um avanço muito grande. A apresentação da propriedade produtiva até nos anos da estiagem é uma coisa muito boa, isso é um progresso muito grande. Vieram pessoas da África, Somália, com suas experiências de criação de pasto, algo muito semelhante ao que se faz aqui. Eles disseram que podem aproveitar as experiências para eles lá. Tem essa troca, na África eles já pensam em levar alguém daqui para contar lá nossa experiência, levar produtores”, informou João Gnatlingee.
O evento se encerrou com visitas de campo às tecnologias sociais construídas pela ASA e APAEB no município de Serrinha. Os representantes dos países já citados, além dos demais participantes conheceram de perto as experiências das famílias que conquistaram barreiros, cisternas-calçadão e de enxurrada.
Durante os dias 12 e 15 de agosto um público diversificado participou do 9º Simpósio Brasileiro de
Captação de Água da Chuva, na Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia. Pesquisas e experiências de captação de água da chuva no Brasil e em alguns países como Somália, Austrália, Peru e Japão foram apresentadas e intercambiadas a partir do tema “Água da Chuva: segurança hídrica para o século XXI”. O objetivo do evento era refletir o papel da água da chuva para o abastecimento da sociedade frente a problemas de poluição e escassez.
No último dia do evento, uma mesa composta por quatro agricultores experimentadores, entre eles, Abelmanto Carneiro, de Riachão do Jacuípe, Edmar Andrade da Paraíba, José Barbosa de Sobradinho e Geovanio Silva de Retirolandia, mostrou na prática como a população do semiárido vem enfrentando a questão climática na região. Cada agricultor apresentou o trabalho que desenvolve na sua propriedade, e como as tecnologias sociais contribuem para a segurança hídrica do seu sistema.
Edmar Andrade, Paraíba |
“Depois que eu ganhei essa cisterna já melhorou alguma coisa, se antes a gente tinha que comprar a água, agora a gente aprendeu a armazenar e aí gente vai sobrevivendo no semiárido”, disse o experimentador Edmar Andrade durante sua apresentação.
Abelmanto Carneiro, Riachão do Jacuípe |
A diversidade de produção do semiárido se expressou também na apresentação de Geovanio Silva,
Geovânio Silva, Retirolândia |
Surge o Simpósio – No início dos anos 1990, o Instituto da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), organizações não governamentais e outras de base comunitária iniciaram a construção de cisternas e ao mesmo tempo perceberam a necessidade de criar um programa que estimulasse a convivência com o semiárido e o manejo adequado da água. Foi então que em 1997, aconteceu em Petrolina, o primeiro simpósio organizado pelo IRPAA e EMBRAPA.
João Gnatlingee, IRPAA |
Embora na atualidade o simpósio seja uma das referências de discussão e apresentação de pesquisa sobre a temática, João Gnatlingee, que representa o IRPAA no evento, chama atenção para a necessidade de maior participação das organizações da sociedade civil. “Antes as universidades eram ausentes, hoje estão muito envolvidas, e a sociedade civil deve aproveitar das pesquisas e melhorar ainda mais seu trabalho, além de ampliar ainda mais sua participação”.
Também destacou a importância da participação dos agricultores experimentadores e do intercâmbio com outros países. “Nessa apresentação dos agricultores experimentadores vejo um avanço muito grande. A apresentação da propriedade produtiva até nos anos da estiagem é uma coisa muito boa, isso é um progresso muito grande. Vieram pessoas da África, Somália, com suas experiências de criação de pasto, algo muito semelhante ao que se faz aqui. Eles disseram que podem aproveitar as experiências para eles lá. Tem essa troca, na África eles já pensam em levar alguém daqui para contar lá nossa experiência, levar produtores”, informou João Gnatlingee.
O evento se encerrou com visitas de campo às tecnologias sociais construídas pela ASA e APAEB no município de Serrinha. Os representantes dos países já citados, além dos demais participantes conheceram de perto as experiências das famílias que conquistaram barreiros, cisternas-calçadão e de enxurrada.