O primeiro aconteceu no dia 15 de julho, na propriedade do agricultor familiar Abelmanto Carneiro, no município de Riachão do Jacuípe. Já o segundo, aconteceu no dia 17 de julho, nas propriedades de Lucivania da Silva, na Comunidade Jiboia, e do casal Jonas e Terezinha, na Comunidade Barriguda, ambos em Retirolandia.
Abelmanto mostrando o viveiro de mudas |
“Aqui eu não perco nada. Tenho 2 milhões de litros de água armazenada na propriedade. Na alimentação dos animais são 3.600 Kg de silagem e feno. Tudo é tirado daqui, o milho, a palha, o sorgo, que uso na produção do silo, e o capim de corte, o mata-pasto, o malvarisco, que são folhagens usadas na produção do feno”, explica Abelmanto.
A alegria e satisfação das famílias- Seu Gilberto Silva, da Baixa do Cedro, participou pela primeira
Seu Gilberto |
vez de uma atividade como o intercambio. “Nessa idade que eu tou, nunca tinha vindo numa viagem com tanta coisa bonita, poder conversar e ouvir tanta coisa interessante. Água é vida, com água você pode plantar, ter sua rocinha para não precisar gastar do salário da gente”, ele tem 68 anos e disse nunca ter participado de momentos como o intercambio por falta de tempo e oportunidade.
Dona Marileide |
Geração de renda com plantas ornamentais - Na propriedade de Dona Lucivania, ela, o irmão João e o filho Geovanio, desenvolvem a produção de hortaliças e plantas ornamentais, que a família comercializa tanto na propriedade, quanto em uma barraca na cidade. Ela explica como funciona o trabalho e a gestão da água.
Dona Lucivania |
“A gente tem cerca de 100 mil litros de água armazenada, não é suficiente, mas ajuda muito. Se não fosse essa cisterna e a represa a gente não tinha como fornecer. Eu molho as plantas todos os dias. No período de seca aqui gasta quase 10 mil litros de água por semana. A cisterna foi uma mudança muito boa para a gente, ajuda muito. A gente vende as hortaliças na barraca e as mudas de plantas e flores, antes eu plantava só para o consumo de casa mesmo”, diz Lucivania da Silva.
“As secas são previsíveis” – Quando o grupo de agricultores/as chegou à casa de Seu Jonas, na Comunidade Barriguda, pôde observar a diversidade de produções que ele mantém na propriedade. A criação de codornas e galinhas demandam diversos cuidados, desde a produção de ração, a prevenção de doenças, que é feita pela família. O destino da criação é a comercialização. Outra atividade é a criação de abelhas e de algumas cabeças de gado. Ele também trabalha na produção de hortaliças em torno da cisterna-calçadão. Durante a visita, todas as etapas do processo de criação foram demonstradas para as famílias.
Seu Jonas mostra o índice pluviométrico |
Seu Jonas explicou que para ter toda essa diversidade de criações é preciso muito trabalho e água, que ele armazena na cisterna-calçadão, de consumo e um tanque de chão. Ele desenvolveu um estudo sobre a regularidade das chuvas em sua comunidade através do índice pluviométrico. "As secas são previsíveis, é preciso o agricultor se preparar. As chuvas são irregulares, mas chove no semiárido!"