22 dezembro, 2014

Mais Água: intercâmbios mostram um Semiárido de prosperidade e oportunidades

por Arlene Freire

Histórias de perseverança e sucesso não faltaram na semana de intercâmbios realizada pela APAEB Serrinha, nos últimos dias 15, 16, 18 e 19, com agricultores (as) do Projeto Mais Água. Dois grupos de agricultores conheceram propriedades nos município de Serrinha, Riachão do Jacuípe, Caém e Jacobina e trocaram experiências sobre a produção de hortas econômicas, captação e armazenamento da água e muitas outras formas de conviver com o Semiárido.

Na primeira visita, agricultores dos municípios de Anguera e Ipecaetá, conheceram hortas econômicas, sistemas de captação e armazenamento de água da chuva, produção de ração, para caprinos, ovinos e aves, e várias técnicas desenvolvidas para tornar possível a convivência com a estiagem, em Serrinha e Riachão do Jacuípe.

Na propriedade do agricultor experimentador, Abelmanto Carneiro, os visitantes conheceram bombas d’água feitas pelo próprio Abelmanto, um sistema de biodigestão, usado para produzir gás de cozinha, além de diversas tecnologias usadas para armazenar água da chuva. Interessados em levar novos conhecimentos para aplicar em suas propriedades, os visitantes prestavam atenção a cada detalhe apresentado, perguntando a cada dúvida e compartilhando suas próprias experiências.

                      Atentos, os agricultores prestam atenção em todos os detalhes

O agricultor Antônio Gonçalves, da comunidade de Guaribas, município  de Anguera, lembrou que alguns dias antes assistiu uma reportagem sobre a propriedade de Abelmanto e ficou muito feliz por conhecer pessoalmente o agricultor e suas experiências.

Empolgado com as novidades, Seu Antonio testa a bomba giratória, feita por Abelmanto
Animado, representante da Comissão de Recursos Hídricos do município de Anguera, Genário Pinheiro, disse que deseja ver todo o conhecimento oferecido pelos encontros sendo empregados nas comunidades. 

No segundo intercâmbio, realizado nos dias 18 e 19, nos municípios de Caém e Jacobina, mais histórias de persistência e sucesso foram apresentadas aos agricultores dos municípios de Serra Preta, Ipirá, Feira de Santana e Tanquinho.

Na primeira parada em Caém, os visitantes conheceram a família de Dona Maria Carolina da Silva Costa. Filha de agricultores já falecidos, ela contou emocionada que seus pais sofreram muito com a falta de água e hoje a família comemora a chegada das cisternas.



Ainda na comunidade de Caém, os agricultores conheceram a história do casal Aparecido Calegari e Janete Rodrigues, que depois de começarem a produzir hortaliças, decidiram mudar de vida e investir na atividade.

Janete, que é agente de saúde começou a mobilizar a comunidade, no intuito de fortalecer a associação comunitária local. Eles contam que no começo haviam menos de dez associados e hoje a associação conta com a presença de 80 sócios.



Na horta, Aparecido mostra aos visitantes a plantação de gengibre, almeirão, açafrão e um diversidade de plantas que cultiva e  vende 
Satisfeito, Aparecido conta que abandonou o emprego na cidade para se dedicar ao trabalho e que pretende viver da agricultura familiar. Tudo o que é produzido na propriedade, é comercializado nas feiras orgânicas dos municípios de Caém e Jacobina.

Outra propriedade visitada foi a de Seu Givaldo de Jesus Silva, que sempre viveu da atividade agrícola. Ele conta que a chegada da água é a realização de  um sonho antigo.
A agricultora Maristela Pereira, da comunidade de Caroá em Feira de Santana, diz que as ações do  Mais Água estão contribuindo para a melhoria de vida de muitas famílias, que agora tem como produzir seu próprio alimento. Contente com o barreiro trincheira que recebeu, ela revela que tem planos de cultivar muitas frutas e hortaliças.



No segundo dia de atividade, os agricultores conheceram a Feira Orgânica de Jacobina e um pouco da sua história. Os agricultores tiraram dúvidas sobre o processo de comercialização e organização de grupos para a implantação da feira e as plantas cultivadas na região. Eles também aproveitaram para comprar temperos e hortaliças que não encontram em suas comunidades.