21 julho, 2014

Famílias do município de Queimadas se animam com a conquista dos primeiros barreiros trincheiras

Por Mirian Oliveira

‘’Tô pedindo a Deus que mande o bom tempo para encher. Quero Plantar uma cova de abóbora, uma cova de quiabo’’

Família cunha contemplando o barreiro
A 18 km do município de Queimadas, na comunidade de Pedrolândia,foram feitos os primeiros barreiros do Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2. Por lá já foram entregues  04 dos 10 barreiros dos destinados ao município de Queimadas. A comunidade apesar do inverno, período mais propício a chuvas, tem sofrido bastante com a longa estiagem. As famílias dependem do abastecimento constante de água através de caminhões pipas, mas depois que conquistaram o barreiro trincheiro passaram a ver mais uma possibilidade de armazenagem de água tanto para produzir como também para dessedentarão animal.

Um dos primeiro barreiros a ficar pronto, foi o do casal dona Josefa Cunha e seu Manoel Cunha, eles são casados há 54 anos e vivem com dois netos. Cheio de esperanças e com certo pudor fala que as coisas já foram mais difíceis.

‘’Antes não tinha nem a água do caminhão pipa. Manoel ia pegar. Carregava no lombo do jegue, latinha por latinha. Ia de manha e só voltava à noite, era difícil, muito difícil. Antigamente chovia mais, a gente plantava mais. Plantava feijão, milho, plantava batata, mandioca, hoje a seca ta grande, não tem chovido. Mas as minhas ovelhinhas tenho mantido’’, diz dona Josefa.

Em um momento da prosa, durante o percurso até a sua, o que não era muito longe, cerca de 500 metros, dona Josefa olhou o tempo meio ensolarado e falou com uma experiência que brotava no olhar dessa mulher acostumada a ler todo sinal dado pela terra e pelo clima da sua região:
‘’A chuva passou por ali, ali passou, e ali se foi’’.
Dona Josefa olhando o tempo

Apesar da tristeza pela falta da chuva dona Josefa e seu Manoel, que já reclama das vistas cansada, não perdem a esperança, e junto com o filho que já tem uma pequena horta ao redor de uma cisterna enxurrada faz planos para quando o barreiro estiver cheio.
‘’Tô muito alegre com esse barreiro. Pois quando chover vou ter água para plantar uma coisa ao redor dele. Quero plantar o tomate, quiabo, alface, para não ter que comprar. Se render e der para vender a gente vende também’’, declarou empolgada dona Josefa.

Os pensamentos de seu Manoel e do filho José Batista não são diferentes, enquanto José pretende usar a água do barreiro para aumentar sua pequena horta, fazendo uma irrigação mais estruturada, seu Manuel só pensa no dia em que a chuva cair para ver o barreiro cheio para começar a produzir também.

‘’Tô pedindo a Deus que mande o bom tempo para encher. Quero Plantar uma cova de abóbora, uma cova de quiabo, uma cova de tomate, uma cova de uma coisa e de outra, essas coisas que a gente come’’, disse esperançoso seu Manoel.
Seu Manoel


Outra família que esta radiante com conquista é a da dona Marinalva,também da comunidade de Pedrolândia.

‘’Vai ser bom demais ver esse barreiro cheio. A gente botava água em um pequeno tanquinho, e secava muito rápido, era pequeno. Quando a gente ver esse barreiro cheio vai ser muito bom. Vou plantar verduras e frutas nem que seja só sabe para a gente consumir dento de casa. Ter essas coisas sem veneno é bom, muito bom’’, informou dona Marinalva.
Dona Marinalva