Por Mirian Oliveira
‘’Tô pedindo a Deus que mande o bom tempo para encher. Quero Plantar uma cova de abóbora, uma cova de quiabo’’
Família cunha contemplando o barreiro |
A 18 km do município de
Queimadas, na comunidade de Pedrolândia,foram feitos os primeiros barreiros do
Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2. Por lá já foram entregues 04 dos 10 barreiros dos destinados ao
município de Queimadas. A comunidade apesar do inverno, período mais propício a
chuvas, tem sofrido bastante com a longa estiagem. As famílias dependem do
abastecimento constante de água através de caminhões pipas, mas depois que
conquistaram o barreiro trincheiro passaram a ver mais uma possibilidade de
armazenagem de água tanto para produzir como também para dessedentarão animal.
Um dos primeiro barreiros a ficar
pronto, foi o do casal dona Josefa Cunha e seu Manoel Cunha, eles são casados
há 54 anos e vivem com dois netos. Cheio de esperanças e com certo pudor fala
que as coisas já foram mais difíceis.
‘’Antes não tinha nem a água do
caminhão pipa. Manoel ia pegar. Carregava no lombo do jegue, latinha por
latinha. Ia de manha e só voltava à noite, era difícil, muito difícil.
Antigamente chovia mais, a gente plantava mais. Plantava feijão, milho,
plantava batata, mandioca, hoje a seca ta grande, não tem chovido. Mas as
minhas ovelhinhas tenho mantido’’, diz dona Josefa.
Em um momento da prosa, durante o
percurso até a sua, o que não era muito longe, cerca de 500 metros, dona Josefa
olhou o tempo meio ensolarado e falou com uma experiência que brotava no olhar
dessa mulher acostumada a ler todo sinal dado pela terra e pelo clima da sua região:
‘’A chuva passou por ali, ali
passou, e ali se foi’’.
Dona Josefa olhando o tempo |
Apesar da tristeza pela falta da
chuva dona Josefa e seu Manoel, que já reclama das vistas cansada, não perdem a
esperança, e junto com o filho que já tem uma pequena horta ao redor de uma
cisterna enxurrada faz planos para quando o barreiro estiver cheio.
‘’Tô muito alegre com esse
barreiro. Pois quando chover vou ter água para plantar uma coisa ao redor dele.
Quero plantar o tomate, quiabo, alface, para não ter que comprar. Se render e
der para vender a gente vende também’’, declarou empolgada dona Josefa.
Os pensamentos de seu Manoel e do filho José Batista não são diferentes, enquanto José pretende usar a água do
barreiro para aumentar sua pequena horta, fazendo uma irrigação mais
estruturada, seu Manuel só pensa no dia em que a chuva cair para ver o barreiro
cheio para começar a produzir também.
‘’Tô pedindo a Deus que mande o
bom tempo para encher. Quero Plantar uma cova de abóbora, uma cova de quiabo,
uma cova de tomate, uma cova de uma coisa e de outra, essas coisas que a gente
come’’, disse esperançoso seu Manoel.
Seu Manoel |
Outra família que esta radiante
com conquista é a da dona Marinalva,também da comunidade de Pedrolândia.
‘’Vai ser bom demais ver esse
barreiro cheio. A gente botava água em um pequeno tanquinho, e secava muito
rápido, era pequeno. Quando a gente ver esse barreiro cheio vai ser muito bom.
Vou plantar verduras e frutas nem que seja só sabe para a gente consumir dento
de casa. Ter essas coisas sem veneno é bom, muito bom’’, informou dona
Marinalva.
Dona Marinalva |