24 outubro, 2014

Em defesa da convivência com o semiárido, ato reuniu 50 mil pessoas

Por Daiane Almeida

Em Petrolina, terras banhadas pelo Rio São Francisco, na manhã de 21 de outubro,que estava nas ruas e conectado as redes sociais pôde se ver as ruas tomadas por um “mar vermelho”. Agricultores e agricultoras familiares de todos os estados do Semiárido Brasileiro, vestidos de vermelho, com bandeiras e canções, se fizeram presentes em um grande Ato em defesa da política de convivência com o semiárido, organizado pela Articulação Semiárido Brasileiro, que manifestou apoio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

As caravanas viajaram durante horas por toda a noite para unirem-se na orla de Juazeiro  durante o início da manhã. Organizados, saíram caminhando pela ponte que liga a cidade baiana a pernambucana Petrolina.

Com palavras de ordem, músicas e festa se concentraram ao lado da  igreja matriz da cidade, para ouvir as palavras do coordenador da ASA, Naidison Baptista, que enumerou em sua fala as políticas de convivência com o semiárido construídas através da parceria das organizações da sociedade civil e o poder público ao longo dos últimos 12 anos, como a construção de  800 mil cisternas para armazenar água potável para o consumo das famílias, a implementação de tecnologias de captação de água para produção de alimentos, entre outras.

Naidison Baptista, coordandor ASA, afirmou ao
lado Dilma Roussef as conquistas, mas destacou
os desafios que a região Semiárida ainda deve enfrentar
"Nós temos possibilidade de moradia, nós temos água, nós temos assistência técnica, nós temos crédito. Nós temos uma gama imensa de programas e políticas, presidenta, que mudaram a realidade de vida dessa população. Esse povo todo está aqui pra dizer que todas essas políticas são fundamentais para o Semiárido”, afirmou Baptista.

O governador da Bahia, Jacques Wagner também fez uma fala no sentido de continuar com as ações que contribuem para o crescimento da Região Nordeste. “ "Não queremos repetir o abandono do NE. Não vamos interromper a rota do desenvolvimento”,  afirmou o governador.
A presidenta marcou presença no evento e falou para os milhares de presentes sobre a importância da região para o país. "Essa é uma das mais importantes regiões do país, apesar do que acham os tucanos. Eles falaram que os votos que eu recebi no semiárido no Nordeste eram de pessoas ignorantes. Nós somos ignorantes, porque ignoramos os tucanos", disse presidenta Dilma Rousseff para a multidão de 50 mil pessoas.

Ela ainda afirmou o orgulho que sente da parceria feita com os movimentos sociais do semiárido. “Eles que tem visão ultrapassada do Brasil, não sabem que o Brasil e essa região está mudando pelo braço, pela garra, esforço, do seu próprio povo e pelas oportunidades que o governo do presidente Lula e o meu governo fizemos aqui no semiárido. Tenho orgulho do 1 milhão de cisternas que construímos com a ASA”, ressaltou a presidenta.

Orgulho de ser Nordestino! - Os agricultores familiares presentes reafirmaram seu orgulho de ser nordestino e do semiárido, nas faixas, cartazes, banners, mensagens de afirmação e desejo de que novas políticas se concretizem e outras tantas avancem mais. Dona Marinalva Quintino, da Comunidade Canto, de Serrinha, é um exemplo da mudança e do desejo de continuidade. Ela que conquistou uma barragem subterrânea sabe a importância das ações de convivência com o semiárido para a melhoria na qualidade de vida sua família.

“Minha vida mudou muito. Na minha barragem eu tenho quiabo, cebola, couve, não preciso mais
Marinalva, agricultora familiar
comprar e já tenho minha semente. Eu achei que melhorou muito a minha vida de Lula pra cá. Eu pude comprar minha moto, meus filhos tem a deles, eu fui para Santa Catarina de avião. Quem era pobre que podia viajar de avião antes? Eu fui e vou qualquer hora. Até a comida na mesa melhorou. Quando eu recebo o Bolsa Família já venho com o café, o óleo, o detergente para casa. Minha televisão é nova, sofá aqui a gente não tinha, cama arrumada, piso no chão, meu banheiro já tá mais arrumado”, afirmou a agricultora familiar, que além de cuidar das hortaliças, trabalha raspando mandioca.