06 julho, 2011

Conferências Territoriais irão identificar dados sobre a insegurança alimentar no Estado da Bahia

Em 2011 será realizada a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com o lema: Alimentação saudável um direito de todos, a conferência tem como objetivos analisar os avanços, as ameaças e as perspectivas para a efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável, para a promoção da soberania alimentar e apresentar ainda, elementos para a construção do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.


Todos os estados do país devem realizar Conferências Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional, com os mesmos objetivos da Conferência Nacional, enfocando o contexto e a realidade de cada um. Na Bahia, a Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional vai acontecer no mês de setembro em Salvador, e como prévia dela, também serão realizadas Conferências Territoriais de Segurança Alimentar e Nutricional, que vão abranger a participação 19 territórios do estado.

Conferência Interterritorial- Os territórios do Sisal, Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão vão realizar o evento em conjunto, nos dias 07 e 08 de julho no módulo II do Anfiteatro da Universidade Estadual de Feira de Santana. A Conferência Interterritorial de Segurança Alimentar e Nutricional desse territórios irá reunir representantes da sociedade civil, movimentos sociais e poder público, elementos que tem atuação comprovada no debate sobre segurança alimentar e nutricional. A exemplo de: agricultores familiares, conselheiros de alimentação, agentes das pastorais, agentes de saúde e representantes municipais do governo, de secretarias de saúde e desenvolvimento social. Indivíduos que possuem representatividade nos espaços de discussão sobre segurança alimentar e nutricional e conhecem com propriedade o assunto, a ponto de identificar as demandas e os avanços de cada território.

Alguns desses participantes foram eleitos delegados e terão o papel de contribuir para o debate e a construção das propostas, apresentando suas experiências e pontuando questões no campo da segurança alimentar e nutricional presente nos seus territórios. Entre esses delegados está o agricultor familiar Eduardo Emídio dos Santos, da Comunidade Barreiros, em Riachão do Jacuípe, ele fala da expectativa de participar dessa conferência. “A expectativa é muito boa, estou indo com a intenção de mostrar as nossas propostas da reunião que fizemos aqui no município. No documento tem as políticas públicas que queremos, como água; energias renováveis como biodigestor; melhoramento genético dos animais; mais cisternas e barragens, pois a água também é alimento. Tudo isso é um grande desafio para a convivência com o semiárido e a segurança alimentar”, enfatizou Eduardo Emidio.


Durante o evento será traçada uma linha do tempo, a respeito da trajetória de construção do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) no Brasil e na Bahia e também sobre a importância do direito humano a alimentação adequada e saudável. Será construído também um diagnóstico sobre a insegurança alimentar nos territórios, identificando as experiências exitosas de promoção da segurança alimentar.


Participação da Sociedade - Cada conferência na Bahia está priorizando aspectos para a construção do Plano de Segurança Alimentar, no qual serão identificados cinco ou seis pontos que são considerados prioritários para construção da política dessa política. “Nós esperamos chegar em setembro com dados sobre a insegurança alimentar que nos ajude a conhecer a nossa realidade e também que nos ajude a conhecer por onde devemos andar para chegar a segurança alimentar”, afirmou Naidison Baptista, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado da Bahia (CONSEA - Bahia).


O plano será resultado do processo de participação da sociedade na construção de políticas públicas que precisam ser implementadas no estado. “Há conferências diversas que acontecem no Brasil e todas são estratégicas pois tem uma participação intensa da sociedade civil, na perspectiva de construir junto com o poder público a dimensão de políticas públicas a serem implantadas. É dessa dimensão que queremos avaliar, constatar e aprofundar mais as manifestações de insegurança alimentar nas regiões de nosso estado. Olhando para as populações que ela atinge mais diretamente de modo específico e discutindo inclusive, quais são as causas dessa insegurança alimentar”, concluiu Naidison Baptista, que também é coordenador da Articulação do Semi-árido Brasileiro (ASA).