22 dezembro, 2011

Cerca de quinze mil pessoas participaram do ato público contra as cisternas de plástico


Os agricultores/as mostraram que lutam por políticas públicas, que de fato ajudem a transformar o semiárido e a empoderar os seus sujeitos.



Milhares de pessoas participaram ontem, dia 20 dezembro da manifestação contra as cisternas de plástico. Cerca de quinze mil agricultores/as de todo o semiárido do Nordeste e do Norte de Minas Gerais fecharam a ponte que liga as cidades de Juazeiro e Petrolina e fizeram uma caminhada, para protestar contra a instalação das cisternas de plástico no semiárido.

O ato público foi realizado pela Articulação do Semiárido (ASA) e entidades parceiras, com o objetivo para reafirmar a importância da sociedade civil na construção de políticas públicas de convivência com o Semiárido. O ato foi motivado pela declaração do Ministério do Desenvolvimento Social, na última quinta-feira (8), de que o aditivo já anunciado e publicado no Diário Oficial da União, para continuidade dos programas Um Milhão de Cisternas e Uma Terra e Duas Águas, não será concretizado, sob a argumentação de que o governo está revendo seus arranjos para o Plano Brasil sem Miséria.

Os agricultores/as protestaram contra a decisão do governo e aproveitaram para celebrar e afirmar a importância da Articulação do Semiárido. A ASA é uma rede que luta por um semiárido mais justo, e trabalha com ações para fortalecer e empoderar os sujeitos. As cisternas de placas tem um cunho social e envolvem as pessoas nos processos de formação, participação e na luta pelas políticas públicas.


Para agricultora familiar e coordenadora do colegiado do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Francisca Nunes a manifestação foi uma oportunidade para mostrar a força dos movimentos sociais no Nordeste. Mostrar o papel da ASA, e o trabalho em rede, que tem garantido mais qualidade de vida para as pessoas do semiárido. “ Os programas que a ASA executa, vão além do processo de construção das cisternas. Envolvem questões de cidadania e de participação social, contribuem para o fortalecimento da agricultura familiar, segurança alimentar, preservação do meio ambiente, educação contextualizada e discutem as relações de gênero”, afirmou.