23 março, 2010

Cultura, arte e emoção na abertura do VII EnconASA



Uma mistura de símbolos, ritmos e muita emoção marcou a abertura do VII Encontro Nacional da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (EnconASA) na noite desta segunda-feira, 22, na cidade de Juazeiro, Bahia. Artistas como Valdir Lemos e Gonzaga, Gogó e Newton, e o Grupo de Pífano encheram de musicalidade a mística de abertura.

O grupo de dança educativa Caminhos da Cidadania do município de Curaçá apresentou uma coreografia sobre a água, em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março.
Além de música e dança,a ASA foi homenageada em versos de cordel e na fala dos agricultores Delzuíta Ferreira, do município de Remanso, e Joaquim Rocha, do município de Casa Nova. “Há vinte anos, nós mulheres do Semiárido tínhamos que andar com o pote na cabeça para buscar água. Quando a seca era muito grande eu tinha que dar água salgada da cacimba para minha filha beber e ela me pedia para colocar açúcar, pois, não conseguia engolir. Hoje, depois da ASA e suas organizações, já temos água para beber. A luta agora é pela água para produzir e poder manter o jovem no campo”, destaca Dona Delzuíta.

Seu Joaquim Rocha fala da importância dos agricultores terem água, mas ressalta a necessidade deles também conquistarem a terra. “A construção da cisterna foi o que mais interessou às pessoas porque o homem e a mulher do campo sofriam com as agruras da seca. Para estudar me submeti a carregar água para os ricos. Por isso, temos que valorizar a Caatinga e a terra que a gente tem. O homem e a mulher do campo sem terra é um homem e uma mulher sem vida”, afirma Seu Joaquim.

Encerrando a mística de abertura, as delegações dos estados do Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Cerará, Minas Gerais e Bahia, deram as boas-vindas aos participantes do VII EnconASA com estandartes, música, versos, dança e símbolos da cultura de cada estado.