Dentre essas novas perspectivas foram apontadas pelo grupo a necessidade de pautar a política de assistência técnica adequada para a convivência com o semiárido, acesso a terra, estoque de alimentos para animais e pessoas, educação contextualizada, além de pautar politicamente o Programa Nacional de Convivência com o Semiárido.
Durante o Encontro Estadual realizado nos dias 18 e 19 de setembro, em Feira de Santana, representantes de 12 microrregiões onde ASA atua tiveram participantes eleitos como delegados, num total de 101, entre agricultores e sociedade civil que irão participar do VIII ENCONASA.
Expectativas para o VIII ENCONASA- Representando a sociedade civil, Ilda Mercês, do Sintraf de Conceição do Coité é membro da Comissão de Recursos Hídricos no município, e já teve a experiência de participar do VII ENCONASA, que aconteceu na Bahia em 2010, ela vive a expectativa de participar também dessa edição. “Eu já participei do ENCONASA de Juazeiro, é uma expectativa muito grande de nós estarmos lá defendendo a nossa proposta, com o objetivo de garantir o direito a água, aos agricultores e as famílias do nosso Estado. Dentro das nossas propostas uma bandeira de luta é o acesso a terra e o armazenamento de sementes e animais de pequeno porte”, ressalta Ilda Mercês.
Já a agricultora Érica Maria Souza, do município de Miguel Calmon, nunca participou do evento e acredita que o ENCONASA é um espaço em que se pensa a melhoria da qualidade de vida das pessoas. “O objetivo do encontro é fazer com que a ASA se prontifique a ajudar ainda mais as pessoas pobres da zona rural. Como a gente trabalha na agricultura se não tem o técnico, é importante saber de que forma plantar. Precisamos planejar, acho que a terra é importante mais a assistência técnica é mais ainda. A expectativa e a curiosidade são grandes, vou aprender e passar para minha comunidade”, afirmou entusiasmada a agricultora e monitora.
Chamando a atenção para a importância de pautar o Programa Nacional de Convivência com o Semiárido, Cícero Felix dos Santos, de Juazeiro, ressalta a necessidade pensar uma política macro de convivência. “Como estamos vivenciando uma longa estiagem no semiárido brasileiro, o ENCONASA tem uma missão fundamental que é pensar essa região a médio e longo prazo. É uma oportunidade avaliar o que foi feito nestes 12 anos e pensar seus rumos para os próximos 20 anos, para que numa próxima longa estiagem o povo do semiárido não vivencie o sofrimento que está passando agora. Com acúmulo de experiências que a ASA tem e com a força política, ela tem todo o potencial para apresentar à sociedade brasileira um plano de convivência com o semiárido, visando para isso uma política macro, que englobe os diversos aspectos da convivência”, ressaltou Cícero Felix, que faz parte da equipe do IRPAA, em Juazeiro.